Em busca do Essencial: reflexões sobre essencialismo, pontos fortes e motivadores

Samanta Cicilia
6 min readMay 6, 2021

--

Tirei os últimos dias pra refletir um pouco sobre a vida, universo e tudo mais e isso acabou casando com a minha leitura do livro Essencialismo: A disciplinada busca por menos e começo do curso Gestão e Desenvolvimento de Talentos. Essas duas fontes de conteúdo se encaixaram muito bem com tudo que eu vinha refletindo principalmente sobre a minha vida, então resolvi compartilhar aqui.

Começando do começo: por que isso agora?

Eu sou uma pessoa que periodicamente tem esses momentos de reflexão, principalmente porque eu acredito que não existe acaso, tudo acontece por uma razão e de certa forma estamos conectados entre nós e com o nosso passado. Eu gosto de usar o aprendizado adquirido pra refletir e pensar em como conduzir meu presente pro futuro almejado. Se conhecer é muito importante, e eu como líder de time, já há algum tempo, me preocupo muito em conhecer as pessoas individualmente, entender o que as motiva, como elas se sentem e como eu posso contribuir pra vida delas. Esse comportamento inclusive está ligado à algumas das minhas fortalezas: ser observadora e ajudadora.

Mas com o passar do tempo essas características acabam ficando tão mecânicas que a gente realmente precisa voltá-las ao estado consciente e ter aqueles momentos a-há, lembrando o porquê determinadas ações te deixam tão feliz e motivada e como outras nem tanto. E não só isso, em cada característica nossa também existe uma armadilha, por isso também precisamos conhecer o lado B, no meu caso, essa necessidade de ajudar e contribuir pra vida das pessoas acaba causando sobrecarga e me fazendo muitas das vezes deixar coisas que são importantes pra mim de lado, em prol de fazer algo pelo outro…

E então entrou o essencialismo…

No meio de todas essas reflexões, eu peguei pra ler um livro que já estava na lista faz alguns meses chamado Essencialismo: a disciplinada busca por menos e já no início as três realidades do essencialismo logo chamaram minha atenção:

1- Escolha individual: podemos escolher onde aplicar nosso tempo e nossa energia

2- A prevalência do ruído: quase tudo é ruído e pouquíssimas coisas tem valor excepcional

3- A realidade de perder para ganhar: não podemos ter tudo e nem fazer tudo

E isso conectou muito bem com tudo que eu vinha pensando e sentindo. Principalmente nos dias de hoje onde somos bombardeados de oportunidades:

  • sejam novas propostas de emprego no Linkedin;
  • seja um catálogo enorme de séries e filmes no Netflix, Amazon Prime, GloboPlay;
  • sejam as infinitas opções de cardápio disponíveis no iFood e que estão a apenas um toque de chegar na sua casa;
  • sejam tantos perfis no Instagram, Twitter e tantas outras redes sociais que surgem o tempo todo…

Com certeza não podemos reclamar da escassez em alguns cenários (infelizmente existem muitos cenários de necessidades básicas onde existe uma maioria que vive sim em escassez mas não pela falta de determinado recurso mas pela má distribuição do mesmo), todos os minutos somos forçados a decidir entre uma opção ou outra e isso vem carregado de uma ansiedade grande sobre o que estamos perdendo ao escolher.

Isso joga um ruído enorme na nossa vida; eu, como pessoa introvertida, termino os meus dias tão exausta e ansiosa que às vezes a vontade é poder dormir vários dias seguidos para compensar todo esforço feito.

Mas em meio a todo esse ruído, o que é essencial?

O livro traz algumas perguntas para nos ajudar a identificar isso:

"O que me inspira profundamente? Qual é o meu talento especial? O que atende a uma necessidade importante do mundo?"

Essas perguntas nos ajudam a começar a eliminar o ruído e a filtrar realmente o que importa. E obviamente não basta apenas fazer uma lista, depois disso devemos eliminar o que é trivial, o que exige muito esforço e traz pouco resultado; exercer seu poder de escolha e decidir o que realmente é essencial, sem olhar para trás.

Por último vem o passo mais complicado que é a execução, somos seres de hábitos e um hábito não é criado de uma hora para a outra, por isso a prática é importante, criar mecanismos que te facilitem lembrar do seu propósito.

“Se você pudesse fazer só uma coisa, qual seria?”

E o quê pontos fortes e motivadores tem com isso?

Depois dessas reflexões que o Essencialismo me trouxe, eu assisti a primeira aula do Gestão e Desenvolvimento de Talentos e consegui fazer mais algumas conexões.

Como vimos nos 3 pontos do Essencialismo, nós temos o poder de escolha, por mais que não pareça às vezes. E para fazê-la temos obviamente que considerar algumas variáveis, uma delas são as nossas características. Cada ser humano é único e dotado de características que o destacam dos demais.

Estamos acostumados com o modelo de gestão que foca nos chamados pontos fracos e em empurrar as pessoas para desenvolvê-los o que não traz o resultado esperado, posto que se são características que não estão tão desenvolvidas, ou que a pessoa realmente não tem aptidão para, o máximo que conseguimos fazer é chegar ali num valor mediano, mas nunca no potencial máximo. Por isso é importante a mudança de pensamento para exaltar os talentos e desenvolvê-los mais ainda para chegar ao máximo do potencial possível.

Isso também está muito ligado aos ruídos na minha visão, normalmente focar nos pontos fracos é trazer ruído pra um processo que seria melhor aproveitado se olhássemos como podemos ser melhores naquilo que fazemos bem.

Essa é uma preocupação que eu sempre tive nos times que liderei, de entender o que motiva as pessoas e então como eu consigo criar os estímulos certos no ambiente para que esses motivadores tenham espaço para florescer. De novo, escolher o que é essencial, o que realmente te inspira.

Se entender melhor, entender as pessoas que estão ao seu redor te dá o poder de decidir conscientemente o que fazer e não se deixar levar pelos outros.

Conheça seus pontos fortes e fracos. Use esse conhecimento para desenvolver e fortalecer os seus talentos; e para se precaver de cair nas armadilhas que seus pontos fracos possam te colocar. — Samy

Partindo para um exemplo prático de como fazer isso, dando meu exemplo pessoal: eu sei que um dos meus pontos fortes é ser observadora então eu uso muito esse ponto nas mentorias que faço, eu consigo muitas das vezes observar oportunidades que a pessoa não conseguiu enxergar, e como eu também gosto muito de ajudar, eu fico feliz e energizada de ver que uma observação minha mudou completamente a situação pela qual a outra pessoa estava passando.

Agora falando dos pontos fracos: o outro lado de ter esse viés de ajudar é me sobrecarregar, não sabendo dizer não quando as pessoas pedem ajuda ou às vezes absorvendo muitas coisas para evitar conflitos; depois que eu tomei consciência disso eu passei a pensar em que mecanismos eu posso criar para evitar que eu me sobrecarregue, o quê costuma consumir mais da minha energia e como eu posso estar menos nesses espaços.

Fechando com outra coisa que eu aprendi nessa primeira semana de curso: o princípio 90/10.

Os 10% da vida estão relacionados com o que se passa com você, os outros 90% da vida estão relacionados com a forma como você reage ao que se passa consigo. — Stephen Covey

Nós não conseguimos prever o que vai acontecer conosco, mas na verdade isso não importa tanto já que representa ali apenas 10% da vida. Você tem 90% de chances de escolher como você vai reagir ao que acontece, e se conhecendo, focando no essencial, você com certeza será bem mais feliz.

Algumas ferramentas para te ajudar a partir daqui

Vou deixar aqui a lista de algumas ferramentas e outros conteúdos que podem te ajudar em como se conhecer, entender suas necessidades, seus pontos fortes e fracos e motivadores.

Comunicação Não Violenta:

MBTI:

Motivadores Gestão 3.0:

Referências:

Escrito ao som de Beatles:

--

--

Samanta Cicilia
Samanta Cicilia

Responses (1)